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segunda-feira, 29 de junho de 2015

Nova onda na cena independente são shows intimistas em salas de estar


Moda nos EUA e Europa, apresentações em lugares pequenos para poucas pessoas virou tendência no Brasil através de iniciativas como o Sofar e casas como o Orb, em São Paulo. "A gente está de saco cheio de show grande", afirma diretor

Quem frequenta shows esgotados tanto em festivais como em clubes sabe que, por melhor que o show seja, algumas coisas sempre vão incomodar. Tem empurra-empurra, comprar cerveja é um drama, e todo show tem aquele grupinho que adora conversar enquanto a banda está tocando sua música favorita. Cansados disso, artistas, produtores e donos de casas de shows decidiram importar para o Brasil uma tendência que já é forte nos Estados Unidos e Europa: as apresentações para poucos em salas de estar.

O conceito é exatamente o que o nome indica: o artista entra em uma sala de estar para fazer um show intimista para cerca de 20 ou 30 fãs. A modalidade já vem crescendo principalmente entre as bandas folk norte-americanas e ganhou muitos adeptos no Brasil, inclusive a banda Apanhador Só, que quer fazer uma turnê pelo país só nesse formato.
Por aqui, o pioneiro em shows nesse formato é o Sofar, projeto londrino que chegou a São Paulo em 2012 através de Dilson Laguna e Fernando Remiggi. De lá para cá, os sócios já fizeram mais de 50 eventos em 10 capitais brasileiras. "O público fica muito admirado por estar tão próximo dos artistas", disse Remiggi em entrevista ao iG.
O Sofar busca lugares inusitados para colocar as bandas em shows bem intimistas. Os endereços só são divulgados horas antes das apresentações, com uma lista de convidados reduzida a quem se inscreveu para ver os shows antes mesmo das bandas serem anunciadas. "Já fizemos edições em salão de cabeleireiro, barbearia, atelie, espaços culturais, lojas de roupas, casas de pessoas, galeria de arte", lembrou o empresário.
Em São Paulo, alguns lugares estão se especializando nessa modalidade de apresentação. É o caso do Orb, que fica na zona oeste da capital paulista e promove shows para cerca de 30 pessoas em seu sofá. "É um outro tipo de proposta, são shows fora do comum", disse Eduardo Ramos, diretor artístico da casa.
Apesar de ser uma das referências para esses shows de sala de estar, o Orb, que está na ativa há cerca de seis meses, é bem conhecido por suas festas de música eletrônica. "É engraçado ver esse encontro de quem nos conhece pelas festas de música eletrônica com esse tipo de show. São duas coisas opostas, mas que fluem naturalmente", explicou.
Uma das bandas que já participou dos shows no sofá do Orb é a Atalhos, grupo folk do interior de São Paulo, e o saldo foi bem positivo. "É fantástico, é uma experiência nova", disse o vocalista Gabriel Soares.

Para o músico, o principal ponto desse tipo de apresentação é a proximidade com o público. "Tem menos gente, mas as pessoas que estão ali estão prestando atenção. Para o músico, isso é importante", explicou. "Às vezes vale mais uma plateia pequena que está prestando atenção do que um público grande que passa o show no bar."
Se por um lado os shows intimistas criam uma relação de proximidade com a plateia, eles também demandam mais atenção e concentração ao artista. "Se não tiver ensaio, vai dar na cara, está todo mundo ali perto. No show grande, dá até pra esconder", disse.
 O lado financeiro também é um fator positivo para esse tipo de show. "Compensa mais do que fechar uma casa para fazer show. O dono da casa só quer saber se vai dar lucro e nem bandas grandes independentes conseguem lotar as apresentações", disse.

Com tanto apoio de público e artistas, iniciativas como as do Orb e do Sofar vêm dando cada vez mais resultado no Brasil. "Hoje o Sofar Sounds é a maior plataforma de música independente do mundo. A exposição que damos pra essas bandas é muito grande, elas têm uma visibilidade que nenhuma plataforma conseguiria mostrar em rede mundial", disse Fernando Remiggi. Tanto que o Sofar já tem seis eventos marcados em cinco capitais brasileiras só neste mês, além de um festival secreto planejado para este ano.
Mais do que uma tendência, os shows em salas de estar são uma reação ao formato tradicional de shows. "Quando você vê um show em uma boate, 40% das pessoas estão com um celular na mão, nem aí pra banda tocando", disse Eduardo Ramos. "Esse tipo de iniciativa é uma reação, é uma experiência artística real. A gente está de saco cheio de show grande", resumiu o diretor do Orb.


Fonte:   http://on.ig.com.br/

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