XVI Bienal Internacional do Livro Rio tem a maior programação cultural dos 30 anos do evento
Combinando novidades e espaços consagrados, a Bienal homenageia a
Alemanha, promove salão de negócios e recebe o maior elenco de autores
internacionais de todas as edições
Há três décadas aproximando o público do universo literário, a Bienal
do Livro Rio chega à 16ª edição com uma programação cultural que tem a
pluralidade como carro-chefe. De 29 de agosto a 8 de setembro o
Riocentro será palco de um encontro entre escritores de todo o mundo e
seus leitores. Serão mais de 100 sessões de debates e bate-papos por
meio das quais homens e mulheres, crianças e jovens, adeptos dos
e-readers e aqueles que não abrem mão do bom e velho papel poderão
interagir com um grandioso e variado time de autores do qual fazem parte
best-sellers e alguns dos nomes mais respeitados da literatura
brasileira e internacional.
Entre outras novidades, a XVI Bienal do Livro Rio, que homenageia a
Alemanha, abre um espaço dedicado aos jovens, coloca em pauta a
literatura de futebol, traz ao país 29 autores estrangeiros – recorde de
todas as edições – e inaugura um salão de negócios para profissionais
do mercado.
Novidades e espaços consagrados na programação cultural
Três espaços inéditos prometem surpreender os visitantes. Ainda no
clima da Copa das Confederações e abrindo caminho para a Copa do Mundo, a
Bienal apresenta o Placar Literário, com curadoria do jornalista João
Máximo. A literatura de futebol será abordada em toda a sua abrangência,
de debates que mostrarão ao público o que se passava no coração boleiro
dos principais escritores brasileiros – como “O Botafogo de Paulinho
(Mendes Campos) e o Vasco de Drummond” e “O Fla de Zélins (do Rego) e o
Flu de Nelson Rodrigues” – a mesas formadas por uma nova geração de
escritores que tem o futebol como tema de sua ficção, explorando como
nenhuma outra o drama, a comédia e a tragédia do jogo.
Haverá um território exclusivo para o adolescente – aquele com fôlego
para atravessar milhares de páginas de histórias complexas envolvendo
mundos fantásticos, árvores genealógicas intrincadas esuperpoderes. Para
esse público, que na última década se firmou como grande leitor, foi
criado o #acampamento na bienal, onde, sob o comando do historiador e
doutor em educação João Alegria (que esteve à frente da Floresta de
Livros, em 2009, e da Maré de Livros, em 2011), o visitante terá a
oportunidade de encontrar seu ídolo literário em bate-papos animados. Os
temas serão pautados pela tecnologia e a cultura de convergência (o
livro que vira filme, que vira game, que vira site, que vira livro),
mostrando que a narrativa faz parte do dia a dia de todos.
A XVI Bienal do Livro Rio reservou também uma enorme área de 500
metros quadrados para uma nova atividade dedicada aos pequenos leitores,
por meio da qual prestará uma homenagem lúdica ao Ziraldo, autor que,
presente a cada edição, se tornou parte indissociável do evento. No
Planeta Ziraldo, seus muitos personagens inesquecíveis, como Menino
Maluquinho e Pererê, ganharão vida por meio da curadoria e cenografia de
Daniela Thomas e Felipe Tassara.
E os espaços que mais fizeram sucesso em outras edições permanecem na
programação. O Café Literário, pelo terceiro ano com curadoria do
premiado escritor e crítico Italo Moriconi, volta a convidar o público a
participar de descontraídos debates sobre livros, estilos e ideias dos
quais farão parte celebrados autores (prosadores, poetas, ensaístas)
nacionais e estrangeiros. Em sintonia com o momento, o Café Literário
deste ano busca apresentar e discutir o novo – partindo do princípio que
o Brasil vive o despertar cívico, político e artístico de uma nova
geração – ao mesmo tempo em que celebra mestres como Rubem Braga, Paulo
Leminski e Vinicius de Moraes.
O Mulher & Ponto tem à frente, pela primeira vez, a jornalista
especializada em arte e cultura Bianca Ramoneda, que levará novidades
aos bate-papos sobre os mais diversos aspectos do universo feminino que
chamaram a atenção de homens e mulheres nas duas últimas edições da
Bienal. Entre discussões sobre a nova literatura erótica (proibido para
menores), qualidade de vida e a arte de envelhecer, entre outros, Bianca
coloca em pauta temas como as vozes femininas na literatura africana e
promove uma leitura afetiva da obra de Lygia Fagundes Telles – autora
que completou 90 anos em 2013.
Nomes celebrados estarão ainda nas sessões de Encontro com Autores e
na Conexão Jovem, realizadas nos auditórios Rachel de Queiroz (Pavilhão
Azul) e Mário de Andrade (Pavilhão Verde).
Recorde de autores
Com o número recorde de 29 nomes internacionais compondo a
programação oficial (foram 21 em 2011 e 18 em 2009), a Bienal receberá
representantes dos mais diversos segmentos da literatura mundial,
contemplando todos os públicos e reforçando a pluralidade que se tornou
uma das marcas registradas do evento. A Bienal promoverá nesta edição
encontros com ficcionistas premiados, autores de obras que circulam
entre as listas de mais vendidos, especialistas em arte, biógrafos,
historiadores e roteiristas, entre outros grandes escritores que compõem
o maior e mais variado time de escritores dos seus 30 anos de
trajetória.
A lista é capitaneada pelo americano Nicholas Sparks, um dos autores
mais lidos no mundo – são quase 100 milhões de exemplares de romances
como Diário de uma paixão, Querido John e o recente À primeira vista
(Arqueiro) impressos em 45 línguas e devorados por leitores de todas as
idades. Outro fenômeno editorial que estará na Bienal é James C. Hunter
(EUA), de O monge e o executivo (Sextante), que já vendeu três milhões
de cópias apenas no Brasil. Já a nova literatura erótica, febre mundial,
chegará ao evento junto de um de seus maiores expoentes, a americana
Sylvia Day (EUA), responsável pelo best-seller Toda sua, enquanto o
sempre querido gênero conhecido como chic lit terá como representante a
cultuada Emily Giffin (EUA), de romances como Presentes da vida e Ame o
que é seu (Novo Conceito).
A Bienal receberá também o moçambicano Mia Couto, recentemente
laureado com o Prêmio Camões – a mais importante honraria relacionada à
literatura em língua portuguesa – por conta de obras como Terra
sonâmbula e O último voo do flamingo (Companhia das Letras). Já o
argentino Cesar Aira, autor de mais de 70 livros – entre romances,
contos e ensaios –, vem lançar a tradução para o português de um dos
seus trabalhos mais influentes, Como me tornei freira (Rocco). Nuno
Camarneiro, por sua vez, é um dos grandes expoentes da literatura
portuguesa contemporânea, autor de Debaixo de algum céu (Leya).
Dentro da discussão da cultura de convergência destaca-se a presença
de Corey May (EUA), roteirista dos jogos eletrônicos Assassin’s creed –
um dos mais populares da atualidade, com 50 milhões de cópias
comercializadas no mundo. O videogame inspirou a série de livros de
mesmo nome, que, publicada pela Galera Record, já vendeu por aqui mais
de 450 mil exemplares.
Esse novo modelo foi também responsável pelo êxito de O lado bom da
vida (Intrínseca), do americano Matthew Quick, que teve os diretos para o
cinema adquiridos antes mesmo de o livro ter uma editora nos Estados
Unidos. Acabou se tornando um sucesso em ambas as mídias: o filme foi um
dos mais aclamados de 2012, com oito indicações ao Oscar, enquanto o
livro já vendeu mais de 250 mil exemplares apenas no Brasil. Quick, que
lançará novo livro durante a Bienal, abordará essa experiência em seu
encontro com os leitores.
Já a biografia, um dos mais tradicionais gêneros literários, estará
presente na programação cultural por meio das participações das
americanas Mary Gabriel, autora do imponente Amor e capital: A saga
familiar de Karl Marx e a história de uma revolução (com indicações ao
Pulitzer, ao National Book Award e ao National Book Critics Circle),
publicado pela Zahar, e Cheryl Strayed, que teceu um comovente relato
autobiográfico em Livre, sucesso de crítica e público nos Estado Unidos
em 2012 – e agora também no Brasil, em edição da Objetiva.
A diversidade segue representada nas confirmações de Will Gompertz
(Inglaterra), ex-diretor do Tate Gallery, em Londres, e editor de arte
da BBC, que acaba de publicar Isto é arte? (Zahar); o também inglês John
Freeman, crítico, escritor e editor entre 2009 e 2013 da prestigiada
revista literária Granta (publicada no Brasil pela Objetiva); Emma
Donoghue (irlandesa radicada no Canadá), dramaturga e prosadora,
finalista do Man Booker Prize em 2010 com o romance Quarto (Verus);
Allan Percy (Espanha), que combina filosofia e desenvolvimento pessoal
em Nietzsche para estressados (Sextante); os romancistas históricos
Javier Moro (Espanha), de obras como O sári vermelho (Planeta), e Andrew
Miller, autor de Puro (Bertrand Brasil), vencedor do Costa Book Prize; e
Mark Baker (EUA), do popular Jesus: O maior psicólogo que já existiu
(Sextante).
A Bienal do Livro Rio receberá ainda uma delegação com 11 autores da
Alemanha, que completam o elenco internacional desta edição. São eles:
Wladimir Kaminer (Balada russa, Globo Livros), Reinhard Kleist (Cash,
8inverso), Manfred Geier (Do que riem as pessoas inteligentes?, Record),
Ilija Trojanow (O colecionador de mundos, Companhia das Letras), Ole
Könnecke (Anton e as meninas, WMF Martins Fontes), Julia Friese
(ilustradora de Todos os patinhos, Cosac Naify), Axel Scheffler
(ilustrador de O grúfalo, Brinque Book), a jovem Olga Grjasnowa (que
acaba de publicar sua obra de estreia, Der Russe ist einer, der Birken
liebt, inédito no Brasil), a jornalista Carmen Stephan
(que lançou em 2012 o romance Mal Aria, ainda não traduzido para o
português), Kathrin Passig (autora de contos premiados e tradutora de
grandes obras para o alemão) e Bas Böttcher (poeta itinerante
representante da slam poetry, declamada em clubes e bares).
Homenagem à Alemanha
A participação desse grupo de autores faz parte das ações dedicadas à
Alemanha – país homenageado desta edição – realizadas em parceria como o
Goethe Institut e Frankfurter Buchmesse. Em sintonia com a Feira de
Frankfurt, que este ano homenageia o Brasil, a presença alemã na Bienal
tem como objetivo intensificar o intercâmbio entre as duas nações,
enriquecendo o encontro por meio de uma ampla oferta de atividades
artísticas e literárias.
Além da presença dos escritores alemães na programação cultural, o
que promoverá uma gama de diálogos com suas contrapartes brasileiras –
tendo como pauta assuntos como ilustração de livros infantis, poesia,
linguagens intermídia, literatura e viagem, graphic novels e
multiculturalismo –, a Alemanha terá um estande de 400 metros quadrados
do qual fará parte a exposição multimídia Alemanha de A a Z. As 26
letras esculpidas do alfabeto alemão, quatro delas em 3D, vão oferecer
aos visitantes uma perspectiva bem-humorada do país – de “Alltag”
(cotidiano) a “Zukunft” (futuro).
Salão de negócios e eventos profissionais
A Bienal do Livro Rio terá pela primeira vez, em sua 16ª edição, um
salão de negócios (agent center). Atendendo a uma demanda do mercado, o
espaço receberá agentes literários e profissionais do livro de várias
partes do mundo. O salão de negócios acontecerá nos três primeiros dias
da Bienal, no mezanino 2 (Pavilhão Verde). Em 29 de agosto, dia da
abertura da Bienal, o horário de funcionamento será de 13h às 18h,
enquanto em 30 e 31 de agosto o espaço permanecerá aberto das 10h às
18h. Já estão confirmados representantes de editoras e das agências
literárias dos Estados Unidos, Alemanha, Canadá, Chile, Gana e do
Brasil.
E a parceria com a Alemanha, por meio da Frankfurt Academy,
transformará a XVI Bienal do Livro Rio em sede da CONTEC 2013,
conferência sobre alfabetização, educação, conteúdo de mídia e
tecnologia para crianças e jovens. Nela, educadores, administradores da
área educacional e experts
em tecnologia e educação poderão participar de um programa
internacional que combina insights visionários e experiências práticas,
discutindo novidades no campo da transferência do conhecimento. O evento
acontece no dia 30 de agosto, sexta-feira, no Auditório Rachel de
Queiroz (Pavilhão Azul), das 9h30 às 18h30. As inscrições estão abertas
até 29 de agosto por meio do site www.contec-brasil.com.
Outro evento profissional, o colóquio internacional “O acesso à
biblioteca no clique do mouse: a Mediateca Digital” – organizado pelo
Goethe Institut Rio de Janeiro, a Embaixada da França, a Fundação
Biblioteca Nacional e o Conselho Regional de Biblioteconomia – está
confirmado para a segunda e terça, 2 e 3 de setembro, também no
Auditório Rachel de Queiroz, das 9h às 18h. Informações e inscrições
pelo e-mail divulgacao@crb7.org.br.
A visitação escolar
Com o objetivo de incentivar desde cedo o hábito da leitura, a
visitação escolar convida alunos de sete a 14 anos das redes pública e
particular do ensino fundamental a conhecer a 16ª edição da Bienal. São
seis dias destinados ao programa: 30 de agosto e 2, 3, 4, 5 e 6 de
setembro. Este ano as inscrições foram realizadas em tempo recorde: em
apenas duas horas em meia as instituições de ensino do Rio de Janeiro
cadastraram 170 mil alunos para a visitação escolar.
Na chegada ao evento os estudantes receberão a Nota Bienal, que, no
valor de R$ 5,50, pode ser trocada por um livro do mesmo valor. Com
isso, o projeto possibilita aos visitantes a oportunidade de pesquisar
títulos, manusear exemplares e ainda criar posteriormente uma rede entre
colegas para troca de títulos, criando uma verdadeira roda de leitura.
Em 2002, a visitação escolar recebeu o Prêmio Caio, na Categoria
Evento de Terceiro Setor, pelo compromisso com o futuro das crianças e
por sua responsabilidade social.
A Bienal do Livro Rio
A XVI Bienal do Livro Rio, iniciativa do SNEL (Sindicato Nacional dos
Editores de Livros) em parceria com a Fagga | GL exhibitions, acontece
no Riocentro entre 29 de agosto 3 e 8 de setembro. A expectativa é que,
ao longo dos 11 dias, cerca de 600 mil pessoas passem pela área de 55
mil metros quadrados divididas em três pavilhões, onde estarão
instalados 950 expositores.
Na última edição, em 2011, foram lançados mais de mil títulos e
vendidos quase três milhões de exemplares – adquiridos por 76% dos
visitantes, uma média de 5,5 livros por pessoa.
Este ano, o investimento total da Bienal (organização e expositores) é
de R$ 32 milhões, sendo R$ 5 milhões dedicados exclusivamente à
programação cultural – um aumento de 20% em relação à edição anterior.
Os ingressos para a Bienal podem ser adquiridos antecipadamente
(www.ingressomais.com.com.br) ou no local. O valor da entrada é de R$
14. Estudantes e maiores de 60 anos pagam meia. Professores,
profissionais do livro e bibliotecários têm acesso gratuito ao evento
(por meio do cadastramento no site da Bienal e apresentação de documento
de identificação e comprovante de profissão na bilheteria do
Riocentro).
O Riocentro fica na Avenida Salvador Allende, número 6.555, Barra da
Tijuca. O horário de funcionamento ao público é das 13h às 22h em 29 de
agosto, data da abertura da Bienal; das 9h às 22h nos demais dias úteis;
e das 10h às 22h nos fins de semana.
Os patrocinadores
O evento tem como patrocinadores másters a CCR, o Grupo Bradesco
Seguros e a Petrobras, contando com o apoio cultural do BNDES. A Light
patrocina a visitação escolar; a Supergasbras, o Placar Literário; a
Secretaria Municipal de Cultura, o #acampamento na bienal; a Submarino, o
e-commerce; o Iba, o Café Literário; e os Correios patrocinam a
operação logística. A Rede D’OR é responsável pelo serviço médico do
evento.
O evento também conta com a realização do Ministério da Cultura
através da Lei Federal de Incentivo à Cultura e com o patrocínio do
Governo do Rio de Janeiro, através da Secretaria de Estado de Cultura,
pela Lei estadual de Incentivo à Cultura do Rio de Janeiro.
Os organizadores
Com escritórios no Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia, a
Fagga l GL events exhibitions é uma das maiores empresas em promoção e
organização de feiras do país, responsável pela realização de mais de 20
eventos anuais. Subsidiária do grupo GL events Brasil, operação
brasileira de um dos maiores grupos do setor de eventos do mundo – a
francesa GL events −, a Fagga soma mais de meio século de experiência.
O SNEL (Sindicato Nacional dos Editores de Livros) é uma sociedade
civil que tem como objetivo o estudo e a coordenação das atividades
editoriais no Brasil, assim como a representação legal da categoria de
editores de livros e publicações culturais. Sua missão é dar suporte à
classe nas áreas de direitos autorais, biblioteconomia, trabalhista,
contábil e fiscal. A atual presidente do SNEL é Sonia Jardim, que também
é vice-presidente de operações do Grupo Editorial Record.
Fonte: http://www.bienaldolivro.com.br/