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quinta-feira, 25 de junho de 2015

Giorgio Armani comemora 40 anos de carreira




Estilista italiano comemora 40 anos de carreira como o rei da elegância e da simplicidade

Dizem por aí que a vida começa aos 40. Talvez a origem do ditado popular esteja na trajetória do italiano Giorgio Armani, já que foi nessa idade _ aos 41, para ser mais exato _ que ele _ hoje com 80 anos _ se lançou em carreira solo com uma alfaiataria própria, depois de passar pelo Exército e de trabalhar numa loja de departamentos.
Celebrado por ter desestruturado o terno e por sua moda à prova do tempo, o estilista acaba de completar quatro décadas de carreira como dono de um dos maiores impérios do mundo da moda. Segundo a "Forbes", a fortuna de Armani está estimada em US$ 7,6 bilhões, à frente de Ralph Lauren, Miuccia Prada, Domenico Dolce e Stefano Gabbana.
A marca Armani, no entanto, vai além do vestuário. Hotéis, cafés, restaurantes, móveis, objetos de decoração, perfumes, maquiagem dividem a atenção do estilista com as coleções de prêt-à-porter e couture. Não é a toa, a imprensa costuma classificá-lo como workaholic. Ele discorda.
_ Não sei se me definiria assim. Sou uma pessoa que trabalha duro, mas, acima de tudo, não gosto de descansar sobre os louros, porque sinto que não posso decepcionar o meu público _ diz o estilista em entrevista ao Ela. _ Trabalho normalmente de 9h às 19hs. Quando há grandes eventos, estendo o horário até que tudo esteja perfeito e finalizado.

Se ele não é workahilic, talvez perfeccionista seja a palavra mais adequada para definir Giorgio Armani. Atualmente, só mesmo tendo a perfeição como meta para manter-se no topo do mundo da moda sem ter um conglomerado por trás. Ele gosta de ser independente. Giorgio Armani é dono de seu nome _ pessoa física e jurídica.
_ Ser independente me dá a oportunidade de fazer tudo o que quero. Isso é um luxo. A escolha era e é natural, assim como necessária. Sou um estilista-empreendedor e minha visão do business está integralmente voltada para o jeito como faço moda _ explica ele, que é apontado por muitos como controlador. _ Sou pragmático _ rebate.
Os 40 anos do império Armani foram festejados com toda pompa durante dois dias, no fim de abril, em Milão. Uma retrospectiva da tragetória do designer, com 600 roupas e 200 acessórios, inaugurou o espaço para exposições Armani/ Silos. Ele ainda armou um mega desfile com uma compilação de looks da Armani Privé, que participa da semana de moda de alta-costura parisiense desde 2005. Na plateia, Cate Blanchett, Leonardo DiCaprio, Sophia Loren e nosso Cauã Reymond _ todos propagadores do estilo Armani no tapete vermelho.
_ A energia dele é impressionante. Eram muitos eventos e mais de uma centena de convidados de todas as partes do mundo. Mesmo assim, fez questão de cumprimentar um a um. Ele parece uma fonte inesgotável de vigor, elegância e criatividade. Creio que, como estilista, nunca perdeu de vista que as peças devem ser refinadas. No desfile, era possível vê-lo cuidando de cada detalhe _ lembra Cauã.
O comedimento visto em sua moda é reflexo do estilo pessoal de Armani, que, no dia a dia veste jeans e camiseta marinho ou preta.

Incentivado por seu companheiro, Sergio Galeotti, morto em 1985, o estilista fundou a Giorgio  Armani em 24 de julho de 1975, dias após o seu 41º aniversário ( ele nasceu em 11 de julho de 1934). Tarde para os padrões da indústria. Natural de Piacenza, no norte da Itália, Armani, filho de um contador, chegou a estudar Medicina (era fascinado por anatomia), mas não concluiu o curso. Passou pelo Exército e teve sua primeira experiência no métier como comprador na loja de departamentos La Rinascente, em Milão. Na sequência, foi contratado para desenhar a linha masculina de Nino Cerruti e não parou mais. Em voo solo, estourou com uma ideia audaciosa: a desconstrução do terno. Armani revolucionou o guarda-roupa masculino:
_ Estava motivado pelo desejo de modernizar a alfaiataria. Tudo avançava em outras áreas, mas, na costura, não. Quis usar tecidos novos e agradáveis, além de revisar o blazer, eliminando muito do forro e do enchimento. O resultado foi um novo look, que se tornou mais próximo do perfil do corpo e mais confortável. Eu apresentei a proposta nos anos 80 e a desenvolvi durante toda a década. As pessoas o usaram por sua aparência moderna, mas também porque era gostoso de vestir.
_ Estava convencido de que tinha algo de autêntico a dizer nesta área. As próprias mulheres tinham o desejo de mudar, assim como os homens. Falando das diferenças, certamente tenho uma aproximação mais direta com a moda masculina. Posso provar aquilo que estou fazendo e sentir imediatamente a força e a fraqueza do blazer ou das calças, ou do ajuste da camisa. Na coleção feminina, a abordagem é mais mental e menos física, embora igualmente pragmática (palavra recorrente em seu vocabulário) _ diz Armani, o rei do casual chique e da discrição.

Gilberto Júnior

Fonte: Ela - O Globo

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