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quarta-feira, 15 de abril de 2015

SPFW: Alexandre Herchcovitch



Uma das tradições do Japão que pouco conhecemos é a das “mulheres do mar” ou as pescadoras de pérolas. Elas eram especialistas em descer até 9 mil metros mar gelado abaixo usando apenas um “fundoshi” (tapa sexo), que deixava seu corpo mais livre. De peito aberto, saíam em busca de pérolas, segurando a respiração através de técnicas especiais. Quem de fato voltava com uma pérola, ganhava um bonus.
Essa imagem parece incrível o suficiente para inspirar Alexandre Herchcovitch, com sua gama de elementos que cercam a simbologia feminina: a força, a coragem, o seio, a calma, a garra, o sacrifício. Mas para ele, em termos visuais, parecia pouco. “É um tema forte, mas como não envolve roupa, fica pobre em termos de imagem”, ele contou momentos antes do desfile.
Mostrando as peças que melhor traduzia todos os momentos da coleção, ele diz que foi atrás de outros temas que cercavam sua primeira referência. E então vieram a alfaiataria oriental e o mar, com suas ondas e espumas, vestidos que lembram maiôs, texturas que lembram algas, a figura da sereia. O mar está rendendo boas histórias nesta temporada e a de Alexandre é como a gente espera, incomum, com um toque de inusitado. No look 11, o floral lembra os desenhos que enfeitavam as calcinhas de algumas mergulhadoras.
O desfile começa com Daiane em um casaco de linho e algodão e shape quadrado e evolui a partir daí para técnicas hiper elaboradas, como os babados que aparecem dentro e fora de alguns looks. No vestido preto (foto 14), ele começa pequeno, com 1 cm, e vai crescendo. Há maneiras de trabalhar o babado que o torna desgastado, em um efeito espuma do mar. Esse trabalho também é visto no látex, material que Herchcovitch domina bem e que faz parte de seus momentos de moda mais icônicos.
Para chegar a esse resultado, muitos testes são feitos antes e metros de tecido são usados. A proporção é: 5 metros vira 1 metro de babado. Vale destacar o vestido de Drielly, pura delicadeza.
Após vermos uma aula de modelagem precisa, vem o desbunde final, com quatro vestidos de crepe de chine e chiffon de seda nas mais lindas variações de azul. “É uma coleção feminina e forte”, comenta o estilista. Muitos bônus para as pescadoras de Alexandre. (CAMILA YAHN)

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