Coco Chanel 
Coco
 Chanel tinha um talento proeminente e revolucionário da década de 20. 
Anos depois surgiu Elza Schiaparelli, outra estilista que também foi um 
elemento importante de todo o movimento artístico da época. Madame 
Chanel era amiga íntima de Couctéau, Picasso e Stravinsky. 
No
 final da década de 20, um novo estilo estava para ser criado. As saias 
encurtaram-se ao máximo (não tanto quanto na década de 60) em 1927. Não 
era do interesse de todos que as saias fossem curtas. Gabrielle Chanel 
nasceu na cidade de Saumur, no interior da França do século 19 (mais 
precisamente em 19 de agosto de 1883), mas passou seus primeiros anos na
 terra austera de Auvergne. Lutou arduamente para se livrar do passado, 
onde convivia com a pobreza e a infidelidade. 
A
 mãe era doente e o pai, vendedor ambulante do sul e vivia viajando por 
outras cidades e com outras mulheres. Gabrielle tinha menos de 12 anos 
quando a mãe morreu de tuberculose; poucas semanas depois, o pai a 
abandonou com duas irmães num orfanato em Aubazine e ela nunca mais o 
viu. 
Ela
 era uma pessoa que se sentia infeliz e ao mesmo tempo orgulhosa, 
confessou-se como uma criança revoltada. Coco Chanel, como ficou 
conhecida após ter sido apelidada por seu pai e quando se apresentava 
num cabaré onde cantava a música intitulada "Quem Viu Coco") tornou-se, 
então, ícone de expressão do estilo único e universal da moda nesse 
século. 
Sua
 visão de moda ultrapassava as barreiras vigentes na época. Sempre teve 
preocupações de fazer ligações entre a publicidade (coisa nova na época)
 e o que propiciasse conforto. Vida Ela escolheu entre ser freira ou 
estudar. Aos 18 anos foi mandada, como um caso de caridade, para Notre 
Dame, um internato e convento em Moulins. 
A
 disciplina era severa e a diferença entre ricos e pobres era muito 
acentuada. Humilhada pela pobreza, estava sempre atenta ao modo como as 
pessoas viviam e com a aparência que tinham. Ela aprendeu a costurar no 
internato, e seu primeiro emprego foi de balconista na Saint-Marie, uma 
loja de lingerir e enxovais de Moulins. 
Logo
 arranjou um segundo emprego, nas horas livres trabalhava para um 
alfaiate, remendando as fardas dos oficiais da guarnição da cidade. Com 
as irmãs dos pais, Julia e Adrienne, que era um pouco mais velha do que 
ela, Chanel praticava seu talento para a costura. 
Ela
 também aprendeu a montar e nem selava os cavalos quando cavalgava pelos
 campos. Obrigada a se vestir de preto por tantos anos no orfanato e na 
escola, os figurinos fabulosos das histórias abriram seu apetite por 
roupas de cores vibrantes. Inspirada por um dos capítulos, desenhou um 
vestido de cores vivas para sua formatura: era de crepe da china cor de 
malva, adornado cuidadosamente com babados de veludo roxo. 
Desceu
 a escada orgulhosamente e parou diante da tia, cuja expressão era de 
espanto. Mas a lição não foi em vão: linhas simples e cores sutis 
tornaram-se características de seus modelos. Chanel conseguiu fazer de 
tudo um pouco. Da garota que aprendeu a costurar no internato à mulher 
balconista na loja de lingeries e enxovais Saint-Marie, em Moulins, até a
 mulher que conseguiu seu segundo emprego remendando fardas de oficiais 
da guarnição da cidade, Chanel construiu uma marca: seu sucesso e 
ambição eram homônimos, tinham o seu próprio nome. Em 1922, a palavra 
mais pronunciada era garçonne. 
O
 personagem principal do romance mais escandaloso e mais vendido do ano _
 La garçonne _ , escrito por Victor Margueritte, era uma jovem com modos
 de menino, cabelo cortado curto, corpo magro e reto, roupas simples, 
tendência para ser independente e um ar quase arrogante. Em busca pela 
liberdade, porém, ela desafia mais do que as convenções de obter seu 
próprio sustento. Sua mente aguçada, aparência de garoto e espírito 
rebelde provocaram controvérsias no mundo todo. O livro parecia ter sido
 inspirado em Chanel. 
Chanel
 foi também personagem de um livro de Paul Morand, Lewis e Irene”, um 
romance baseado no seu caso com Boy Capel, que descreve a heroína como 
uma mulher astuta e bem-sucedida no mundo dos negócios. Chanel não 
gostava de ser comparada como um homem, por causa de suas idéias.
 Cinco era seu número da sorte, ela dizia, e essa sorte fez com que seu 
perfume Chanel nº 5 se tornasse um dos mais populares do mundo. Chanel, 
sem financiamento suficiente, vendia seu perfume apenas nas ruas 
butiques e queria encontrar alguém para fabricar e distribuir o Chanel 
nº 5 em grande escala. EM 1924, três anos depois do lançamento do 
perfume, Pierre Westheimer (homem de negócios, dono das lojas 
Bourjoisque e de um haras de cavalos de corrida), fez uma parceria com 
Chanel. Junto com Bader (amigo comum dos dois e fundador das lojas de 
departamentos Galeries Lafayette), os três formaram uma nova empresa, 
Parfums Chanel, que lidava apenas com a fabricação de perfumes e 
produtos de beleza. Chanel foi o maior exemplo de transição do século 19
 para o 20. Foi uma mulher de fases, mas sobretudo uma visionária que 
antecipou idéias e estilos de comportamento do século 20. 
Características
 de seu trabalho: Com o jérsei, seu tecido predileto, trouxe ao mundo 
sua criação máxima: o tailleur, em suas várias e marcantes versões. 
Lançou estilo e personalidade, que se entrelaçaram em todas as suas 
criações. Antecipou-se, contudo, e lançou o que hoje é um dos 
carros-chefes das maisons de moda em todo o mundo: o perfume, seu Chanel
 Nº 5 se transformou em sua marca etérea. 
Chanel
 realmente se tornou um modelo para as mulheres. Wallach relata que 
"quando dois escritores norte-americanos publicaram um livro sobre 
Paris, aconselharam as leitoras solteiras a correr para a rua Cambon 
(lugar onde ficava seu ateliê)". Chanel era metodicamente detalhista, 
funcional e profissional com seu estilo. 
"Como
 um escultor cinzelando sua criação, ela estava sempre aperfeiçoando o 
que criava, sempre aparando aqui ou ali", escreve Wallach, "o segredo de
 seu sucesso, Chanel sabia, era a adequação da roupa ao corpo". Para a 
estilista italiana Miuccia Prada, "Chanel era um gênio. É difícil dizer 
exatamente por quê, mas tem a ver com o fato de que ela queria ser 
sempre diferente e independente". 
Chanel
 morreu aos 86 anos, em 11 de janeiro de 1971, na sua suíte chiquérrima 
no hotel Ritz. Antes disso, ela ainda testemunhou o que hoje é apenas 
endossado por Karl Lagerfeld: seu sucesso ao consolidar um estilo ímpar 
na moda. Seu perfume, seu tailleur, sua bolsa a tiracolo com corrente 
dourada traduzem o brasão em que as duas letras "c" (de Coco Chanel) 
trazem elegância e liberdade à mulher. Em 1975, a loja Neiman Marcus lhe
 ofereceu o prêmio de estilista mais importante dos últimos 50 anos. 
Chanel, muito antes do lançamento de "O Segundo Sexo", a bíblia 
feminista de Simone de Beauvoir, antecipou a liberação da mulher com sua
 moda simples, mas de alfaiataria bem cortada e elegante. 
Chanel
 tornou-se "um exemplo da nova mulher", escreve Wallach, "vivia 
abertamente com um homem que amava, sem ser casada, e tinha 
independência financeira como empresária de sucesso".
 Lançou seu famoso vestidinho preto, que se tornou peça básica e foi 
descrito pela "Vogue" americana, em 1926, como o Ford (carro famoso na 
época) da moda, notando o sucesso em que ele se transformaria durante 
décadas. 
Chanel
 confirmou seu êxito na Exposition des Arts Décoratifs, em Paris, no 
mesmo período. Foi notícia nas já famosas "Vogue" e "Harper's Bazaar", 
até hoje referências no jornalismo de moda. Seu estilo "fazia da 
simplicidade uma simplicidade bastante cara a idéia fundamental da moda 
da época", escreveram os editores da "Harper's". 
Moda
 e arte Outros setores marcados pela forte e marcante presença de Chanel
 foram os das artes cênicas, da dança e da literatura. Chanel 
estabeleceu (ou melhor, cultivou) amizades estratégicas com 
personalidades que frequentavam seu famoso ateliê na rua Cambon, em 
Paris. Os pintores Pablo Picasso e Salvador Dalí, o escritor Jean 
Cocteau, os poetas Claude Debussy e Pierre Reverdy, os bailarinos 
Nijinsky e Serge Lifar, o compositor Igor Stravinsky e Sergei Diaghilev 
foram algumas das personalidades que associaram o nome de Chanel ao 
momento modernista, vivenciado nas primeiras décadas do século 20. Para 
Wallach, "sua arte minimalista em relação à moda que criava não estava 
muito longe das idéias da arte abstrata". 
Desenhou
 os figurinos da peça "Antígona" (de Sófocles), "Édipo Rei" e "Os 
Cavaleiros da Távola Redonda", todas adaptadas por Jean Cocteau; da 
ópera-balé "Le Train Bleu", para a Ballets Russes, de Diaghilev. Para o 
cinema, fez o figurino de divas como Ina Claire (em "Cortesãs 
Modernas"), Gloria Swanson (em "Tonight or Never") e Greta Garbo. 
O
 cineasta Jean Renoir também teve o talento de Chanel no figurino de seu
 filme, "A Regra do Jogo". E também com Salvador Dalí, no Ballet 
Bacchanales. Em 1969, Chanel foi enredo de um musical na Broadway, Coco 
foi interpretada por Katherine Hepburn, que se vestiu como a estilista. 
No Brasil, ela também foi tema da peça "Mademoiselle", em 1996, escrita 
por Maria Adelaide Amaral e estrelada por Fernanda Montenegro. O 
documentário do cineasta norte-americano George Katzender, realizado em 
1980, registra também a vida da estilista. 
Texto
 Publicado na Folha de S.Paulo, terça-feira, 12 de janeiro de 1971: 
PARIS - Personalidades do mundo, de ambos os lados do Atlantico, 
renderam tributo ontem a Gabriele Coco Chanel, a mais famosa figurinista
 do seculo, que morreu aos 87 anos de idade, anteontem. 
Mais
 do que qualquer outra criadora de modelos, Chanel introduziu 
modificações da moda, disse Norman Morell, considerado o decano dos 
figurinistas norte-americanos. "Foi Chanel quem permitiu que as mulheres
 se sentissem à vontade, com comodidade. 
Outros
 terão criado modelos mais belos, mas Chanel foi quem exerceu maior 
influencia", acrescentou o costureiro. Marc Bohan, da Casa Dior, afirmou
 que Chanel "foi uma das grandes modistas do seculo, que jamais se 
sacrificou à tendencia de modas ridiculas". 
A
 apresentação das coleções de primavera e verão, aprovadas por Chanel - 
até sabado passado dera sua aprovação a 85 modelos - será feito no dia 
26, como estava programado. Aos 16 anos Coco Chanel iniciou sua 
brilhante carreira fazendo vestidos para acompanhar os chapéus que 
criara em sua "boutique" da rua Cambon. 
Chegou
 a Paris aos 16 anos de idade, deixando para trás uma infancia sem 
felicidade. Sua roupa simples chamava a atenção entre as mulheres da 
época: vestido de escolar ou saia com pulover de cores sombrias.
 Tanto o oficial de cavalaria como muitos outros amigos ajudaram-na a 
abrir sua primeira loja em Paris, em 1910. Dedicou-se primeiro à venda 
de chapéus. Em 1912, um freguês pediu a "Coco" que desenhasse um vestido
 para sua filha de seis anos.
 A mãe ficou encantada com o resultado e pediu imediatamente um vestido igual para si. C
omeço:
 Numerosos parisienses começaram a frequentar a loja de Coco, e em pouco
 tempo a modista abriu uma filial em Deauville, que era na época um dos 
centros elegantes da França. Seu noivo na ocasião, o inglês Arthur 
Capel, morreu vitima de um acidente automobilistico em 1924.
 Coco iniciou no ano seguinte uma estreita amizade com o duque de 
Westminster, o que a situou no mais alto escalão da aristocratica 
sociedade de Paris. Entre seus amigos intimos Picasso, o compositor 
russo Igor Stravinsky o grande coreografo, também russo, Diaghilev, e o 
artista francês, Jean Cocteau. Depois da Segunda Guerra Mundial, foi 
acusada de ter ligação com um diplomata nazista e de não ter auxiliado a
 familia judia Wertheimer, que havia adquirido ações de sua firma. Mas 
não colaborou ativamente com a ocupação nazista. 
Acabada
 a guerra, a familia Wertheimer passou a controlar totalmente a 
perfumaria, iniciada por ela em 1922. O perfume Chanel se convertera em 
uma fonte tão poderosa de lucros, que Coco havia deixado de criar 
modelos. Mas após, longas discussões com os Wertheimer, concordou em 
1954 em ceder-lhes os direitos do perfume Chanel e reabriu sua loja de 
vestidos com instantaneo e continuo êxito. 
A
 biografia musical apresentada na Broadway terminou após 333 espetaculos
 com um prejuizo de 175.000 dolares (466,250 cruzeiros). Por ironia, a 
srta. Chanel não desenhou o guarda-roupa do espetaculo. Este foi obra do
 fotografo e criador britanico Cecil Beaton. A influencia revolucionária
 de Chanel na alta costura colocou-a ao alcance da mulher de recursos 
modestos. "Neste negocio há excesso de homens que não sabem como dar 
vestidos confortaveis para as mulheres.
 Quando a moda vai às ruas é uma revolução, mas quando vem delas é uma 
catastrofe", dizia a figurinista. Marcas Registradas A bolsa com alças 
de corrente dourada, o colar de pérolas, o tailleur e o vestido preto 
são os símbolos de elegância e status que marcaram para sempre a 
história da moda. Mas foi o seu perfume, o Chanel nº 5 - tido como o 
mais vendido no mundo -, que a tornou milionária. 
O
 perfume foi criado em 1921 por Ernest Beaux a pedido de Gabrielle 
Chanel, que sugeriu: "Um perfume de mulher com cheiro de mulher". Dentro
 de um frasco art déco - que foi incorporado à coleção permanente do 
Museu de Arte Moderna de Nova York em 1959 -, o Chanel nº 5 foi o 
primeiro perfume sintético a levar o nome de um estilista. Nascida em 
Saumur, França, em 19 de agosto de 1883, Chanel chegou a Paris aos 16 
anos. Logo conheceu o milionário criador de cavalos, Etienne Balsam, de 
quem tornou-se amante. 
Mais
 tarde, em 1910, conseguiu, com ajuda de amigos e do próprio Balsam, 
abrir sua primeira loja, onde vendia chapéus. Foi também noiva do 
herdeiro inglês do carvão Arthur Capel, que a ajudou a abrir sua segunda
 loja em Deauville, na época um centro elegante da França. Capel morreu 
em 1924, vítima de um acidente automobilístico. Em 1925, Chanel iniciou 
uma estreita amizade com o duque de Westminster, que a situou no mais 
alto escalão da aristocracia parisiense.
 Amiga também do compositor Stravinski - o qual se apaixonou por ela -, o
 coreógrafo Diaghilev, a bailarina Isadora Duncan, os artistas Jean 
Cocteau, Picasso, Salvador Dalí e outros igualmente célebres, Chanel 
esteve sempre ligada às principais correntes artísticas da primeira 
metade do século 20. 
Sua
 importância na moda Chanel libertou a mulher das faixas e cintas dos 
corpetes apertados das saias amplas de multiplos babados e franzidos do 
fim do Seculo XIX e começou do Seculo XX. 
Em
 1916, ela introduziu na alta costura o jersei de malha estreita, os 
trajes de tecidos xadrez a moda escocesa, com blusas de malha fina, as 
calças de boca de sino, as jaquetas curtas e os casacos cruzados na 
frente e acinturados em estilo militar. 
O
 vestido negro, simples, com gola e mangas largas e punhos, a jaqueta de
 corte reto e a saia simples foram inovações de Chanel. No dia em que, 
cedendo a um impulso, cortou os cabelos, surgiu uma moda que se difundiu
 rapidamente de forma sensacional. 
Seus
 modelos simples, ao alcance da mulher de bom gosto e de pouco recursos,
 foram muito imitados e confeccionados em mais categorias de preços do 
que qualquer outra criação da alta costura. E como se isso não bastasse,
 milhões de mulheres que nunca se vestiram ao estilo Chanel ouviram o 
seu nome quando, em 1922, lançou no mercado um perfume que ainda goza de
 grande popularidade: Chanel-5.
 Esse numero foi escolhido de proposito, pois acreditava que trazia 
sorte. E foi esse perfume, na realidade, o mais firme esteio de sua 
fortuna, afirma-se que se vende mais que qualquer outro em 140 países. 
Foi a primeira a unir a costura ao perfume e às jóias. 
Esta
 pequena "revolução" surpreendeu muito as elegantes da época que só 
perfumavam com essencias naturais como o Clavel. Em 1930 possuia uma 
fabrica de perfumes e outra de texteis. Empregava 2.400 pessoas que 
trabalhavam em 26 fabricas. 
Após
 ter-se imposto como mulher de negocios e criadora de moda, Coco Chanel 
renunciou a ter um apartamento pessoal e instalou-se no Hotel Ritz até o
 fim de sua vida. Vida amorosa Apesar de ter numerosos admiradores, Coco
 Chanel não se casou. 
Quando
 o duque de Windsor a pediu em casamento ela lhe respondeu 
orgulhosamente: há muitos duques da Inglaterra mas Coco Chanel só há 
uma. Já famosa, teve a seus pés uma sucessão de milionários, 
aristocratas e artistas famosos, mas recusou todas as propostas de 
casamento. Apreciava demasiado sua independencia - dizia - para poder 
comprometê-la. Na decada de trinta aplicou sua fortuna, avaliada então 
em 15 milhões de dolares (74 milhões e 250 mil cruzeiros), em diversos 
países. 
Durante
 15 anos não apresentou um só desfile de moda. Mas quando voltou a 
aparecer, em 1954, com caracteristicas de simplicidade em um periodo de 
inovação, suas criações constituiram novo êxito. No ultimo verão, 
enquanto se preparava para apresentar sua coleção outo-inverno, definiu 
sua filosofia nas seguintes palavras: 
"Não
 escandalizo o mundo. Sou inimiga da excentricidade e sinto-me deprimida
 pela forma em que as pessoas a exibem. Não percebem as mulheres que seu
 primeiro dever é permanecer femininas e agradar aos homens? E não 
procurar aparentar 20 anos quando já têm 60, ou assemelhar-se a uma 
rapaz de cabelos compridos? Na minha idade já não procuro um amante. E, 
se um hippie de cabelos longos se aproximar de mim convidando-me a fazer
 amor, eu o mandarei para o diabo". Frases de Chanel: "Sou contra uma 
moda que não dure. É o meu lado masculino. Não consigo imaginar que se 
jogue uma roupa fora, só porque é primavera." "Uma mulher vestida de 
claro raramente fica de mau-humor." "A natureza nos dá o rosto dos 20 
anos. A vida modela o dos 30. Mas temos que merecer o rosto dos 50." 
"Aos 50 anos a mulher é responsável por seu rosto. Ninguém é jovem aos 
50. Costumo dizer aos homens: acham que ficam mais bonitos carecas?" 
"Sou a última do meu gênero. Não terei sucessores. Espero apenas que o 
meu exemplo não seja esquecido muito depressa". "A roupa deve ser, antes
 de tudo, cômoda e prática. É a roupa que deve adaptar-se ao corpo e não
 o corpo que deve deformar-se para adaptar-se à roupa". "A moda, como a 
arquitetura, é uma questão de proporções". "As roupas velhas são como 
velhos amigos. Nós os conservamos. 
Gosto
 de roupas como gosto de livros: para pegar, mexer nelas." "Os homens 
que querem se fazer notar pelas roupas são uns cretinos. As mulheres 
podem sobreviver a quase todas as formas de ridículo; um homem ridículo 
está perdido, a menos que seja gênio." "O grande costureiro é um homem 
que tem o futuro em sua mente", dizia Chanel Com estilo e elegância, 
Gabrielle "Coco" Chanel revolucionou a década de 20, libertando a mulher
 dos trajes desconfortáveis e rígidos do final do século 19. 
Um
 verdadeiro mito, Chanel reproduziu sua própria imagem, a mulher do 
século 20, independente, bem-sucedida, com personalidade e estilo. O 
estilista alemão Karl Lagerfeld é, desde 1983, o diretor de criação da 
marca Chanel, tanto para a linha de alta-costura quanto para a de 
prêt-à-porter. 
O
 estilo clássico criado por mademoiselle, revitalizado por Lagerfeld, 
atravessou o século 20 e se tornou atemporal. Resumindo... O mito do 
chique : Com um “glamour” difícil de igualar foi a grande senhora da 
moda do século XX. Iniciou a sua carreira em 1915 e, com idéias 
vanguardistas, ajudou a construir o requinte dos loucos anos 20. Sem 
receios, revolucionou guarda-roupas e modificou tendências, sempre como 
um toque de distinção. Conquistou os requintados salões parisienses, 
onde estabeleceu novas regras sociais e transformou mentalidades. 
O
 maior paradigma desta admiração incondicional (partilhada por Picasso, 
Cocteau e outros “habituées” do meio intelectual de então) são as jóias 
de imitação que desenhava: apesar de desprovidas do tradicional valor 
precioso, eram um “must” nas camadas mais altas da sociedade. O 
sentimento de exclusividade dos acessórios Chanel mantém-se nos dias de 
hoje. E os famosos “tailleurs” da estilista recusam-se a passar de moda,
 sendo continuamente “revisitados” em colecções de renome internacional.
 Outro clássico intemporal é Chanel nº5, fabricado por Beaux, perfumista
 do czar da Rússia. 
Lançado
 em 1923 tornou-se o primeiro perfume com o nome de um criador de moda. 
Filha de camponeses franceses, disse um dia: “és elegante porque és 
elegante, independentemente de usares um vestido novo”… A máxima tem 
sobrevivido a todas as modas, assumindo-se como a mais atual de todas! 
TEXTO: Cristiane Montes 
Bibliografia: 
_ Livro: “A Roupa e a Moda” 
– James Laver
 _ http://www.studioamerica.com.br
 _ 
http://www1.folha.uol.com.br/almanaque/moda 
_ Livro: “Chanel - Seu 
estilo e sua vida”