Loja Virtual Moda e Styles

terça-feira, 14 de julho de 2015

A Indústria da moda na cidade do Rio de Janeiro



“Territórios da Moda” buscou compreender o setor da moda no município do Rio, mapeando a atual situação do setor, sua importância para a economia da cidade e as lacunas ocasionadas muitas vezes pelo trabalho informal. Foram entrevistados  representantes de 201 empresas, 151 facções e 255 costureiras externas. O estudo faz parte do programa “Rio, capital da Indústria Criativa”, da Prefeitura do Rio, na qual o objetivo é a geração de emprego e renda nos setores de moda e design. 

A Moda Carioca Ontem e Hoje
O fato do Rio de Janeiro ainda pertencer à frente do resto do país por seu lifestyle, visto como único, faz com que os modismos encontrados aqui gerem grande admiração e aceitação.
Uma das mudanças anunciadas no estudo, é o fato de que em algumas décadas passadas, a identidade da marca muitas vezes estava atrelada ao seu criador ou estilista – que também era o empresário. Hoje, as marcas possuem o lado administrativo independente, a também são representadas pelas equipes de criação. Isso conferiu uma perda de identidade inicial. E, mesmo com toda essa mudança, a maioria das empresas deste setor na cidade, ainda continuam sendo empresas familiares.
Outra mudança que, particularmente acredito ser de um âmbito global, é a inserção das mídias sociais como uma forma de acompanhar o avanço das novas tecnologiais da informação. Essa “digitalização” das marcas aparece como a mudança mais significativa, visto que há poucas décadas isso não era uma realidade. A criação de site oficial para expor e vender seus produtos, perfil em redes sociais e até blogs (Farm como exemplo) onde tratam de assuntos do lifestyle de seu público são as mudanças mas perceptíveis. Dessa forma, o empreendedor visa aproximar o produto-marca para o consumidor-cliente.

O estudo proporcionou uma divisão do mercado em setores:

Território Fashion: composta pelas marcas que estão em torno das semanas de moda no país. Elas dão a “cara” da estética carioca na modelagem, cores e estampas e já conquistaram seu público. Para o crescimento dessas empresas, a produção terceirizada é um dos principais fatores que geraram esse crescimento, uma forma que eles enxergam em produzir em grande escala sem necessariamente contratar o mesmo número de funcionários, além de fugir dos encargos tributários.

Territorio dos ateliês: é um circuito alternativo de vestuário e, por suas características em comum, também fazem parte empresas que fabricam calçados, acessórios, jóias e bolsas. Muitos deles são domésticos tendo em um único local o escritório, a produção e as vendas. O trabalho no geral, tem um caráter exclusivo e mais criativo, pois possibilita uma produção em menor escala, proporcionando o uso do artesanado e personalização da peça. E seu objetivo é esse mesmo: vender em pouca quantidade mas com qualidade, conceito e exclusividade. No entanto, uma das lacunas existentes nesse processo é a divulgação, o reconhecimento do trabalho e o escoamento da produção (podemos destacar O Mercado como um dos eventos que ajudam a divulgar esses pequenos empreendedores, já falei aqui).

Novos Territórios: engloba as fábricas, confecções, facções, estamparias, lojas de ruas, de shopping, costureira, estilistas, assistentes de estilos, etc. e qualquer outro profissional que não está efetivamente presente no circuito fashion, muitas vezes direcionadas para o público C e D e com uma forte presença na Zona Oeste da cidade. Por abrangir um grande número de profissionais, os modelos de negócio divide-se em dois, que compreende produção interna (onde a marca realiza todas as etapas de produção. Uma marca pequena, por exemplo, possui cerca de 16 funcionários no total) ou a produção terceirizada, o que proporciona a opção da empresa trabalhar com diversos modos de produção ou diversas confecções parceiras). O estudo apontou uma boa relação da produção com a venda dos produtos. Ou seja, o escoamento da produção é grande. São lojas de bancada, magazines, lojas de rua e shopping voltadas para o público B e C e outras para o C e D.
Nessa categoria de mercado o estudo apontou uma mudança da classe C. Esses consumidores estão cada vez mais exigentes e demandam roupas de melhor qualidade. Logo, as marcas estão tendo que se adequar. Em um panorama geral, significa a criação de novas marcas e as que já existem estão crescendo bem mais que marcas da zona sul carioca, área nobre da cidade. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário