Os anos 70 etéreos, românticos, deram o tom do desfile de Juliana
Jabour. Mas esqueça florais de qualquer tipo e a pegada hippie total. Um
perfume bem leve do movimento, sim, na silhueta solta dos longos
vestidos, ponto alto do inverno da marca. Eles vinham com detalhes de
renda guipure ora no decote, ora na barra, como a peça em tom suave mas
não apagado de azul, ou em versões plissadas, caso do modelo bicolor
ferrugem e branco.
O tecido plano, usado pela primeira vez em toda a coleção – Juliana
desta vez não criou nada em malha, sua marca-registrada – foi pouco
estampado, outro recurso que garantiu um equilíbrio de cores que evocava
o trabalho do fotógrafo britânico David Hamilton, que ficou famoso nos
anos 70 por seus retratos de jovens mulheres nuas ou seminuas em imagens
de tons suaves, quase oníricos. No caso do Verão 2016 da estilista,
três prints foram usados: um gráfico miúdo preto e branco, outro com
grafismos maiores feito em duas combinações de cores e um últimos de
listras horizontais.
Os pontos de alfaiataria contribuíram para deixar a fluidez da
coleção mais estruturada, embora ainda solta e confortável. Macacões e
macaquinho e saias longe do corpo combinadas com tops idem completaram a
gama de looks, dentro da qual faz parte a coleção cápsula que a
estilista criou para a grife Lez a Lez, da qual recentemente foi nomeada
diretora criativa.
(CAROLINA VASONE)
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