Aos poucos as pessoas estão se dando conta de como o tempo está se
movendo freneticamente e o impacto disso no nosso dia-a-dia. A coleção
de Giuliana parte daí, da sensação de vida louca e necessidade de
refúgio. Ela olhou então pra Bahia, lugar onde descansa, para buscar
serenidade.
No mood board no camarim, diversas imagens de Caetano, Bethânia, que
transmitem aquela tranquilidade e malemolência baianas. Muitos tons de
azul são a primeira informação de uma atmosfera relax. Logo percebemos a
alfaiataria mais solta e descontraída, em seda e linho. As formas são
características do trabalho de Giuliana, com cinturas elevadas, recortes
e muitas fendas. Apesar da leveza e da roupa mais solta, tudo parece
milimetricamente pensado.
A cartela é composta de poucos tons; azul, branco e um amarelo que
ilumina são suficientes para compor a coleção. O azul que parece jeans,
na verdade é seda tingida. Outras peças também são do grupo “parece, mas
não é”, como o blazer colete, a saia calça, saia shorts e o blazer
poncho.
É uma coleção sofisticada, contemporânea e que mostra a evolução da
estilista dentro de sua própria estética. Vale um destaque para os
cabelos das modelos, que traduziam todo esse frescor de férias de verão
sem o aspecto ressecado do sal marinho. No desfile, no quarto andar do
Tomie Ohtake, as modelos apareciam no horizonte, na luz natural, com
aqueles cabelos ao vento e as roupas calmas, parecia uma cena em câmera
lenta. Que venha o verão!
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