O Triunfo da Cor
A questão da cor na pintura ocidental sempre foi objeto de debates apaixonados. Durante o século 19, ela opõe, de um lado, os adeptos de uma arte dominada pelo desenho, e, do outro, os partidários de uma expressão baseada nas sensações visuais. O confronto tem início com Ingres e Delacroix, dentro da própria Academia de Belas Artes de Paris.
O advento da sociedade industrial, na segunda metade do século, vem alterar radicalmente essa divisão. Os impressionistas impõem a superioridade da percepção visual à expressão da sensibilidade contemporânea _ em uma sociedade dominada pelo movimento e pela velocidade, sua pintura põe abaixo a concepção de uma arte baseada em cânones estéticos imutáveis. A subjetividade da percepção permite que a cor se emancipe das tonalidades regionais e de sua relação puramente mimética com a realidade.
A geração de artistas que sucede aos impressionistas entre 1885 e 1905 agregoa uma abordagem múltipla da cor: ora subjetiva e científica, com a decomposição de seu espectro, ora emocional, sensual, cerebral, filosófica ou simbolista. Essa vanguarda, que reúne artistas tão diferentes entre si como Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Gauguin, Seurat, Signac,Bonnard, Maurice Denis, Odilon Redon e Matisse, é batizada pelo crítico de arte britânico Roger Fry com o termo genérico de "pós-impressionista", Ela promove uma revolução estética por intermédio do triunfo da cor.
Tal realização é aqui apresentada a partir de uma seleção de obras-primas das coleções pós-impressionistas dos museus dÓrsay e de IÒrangerie, em um percurso organizado em quatro seções.
Isabelle Cahn
Curadoria Científica
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