Mais
22 mil pessoas circularam em três dias de evento no Píer Mauá que
inaugurou o conceito de “veja agora e compre agora” no Brasil
A moda brasileira ganhou
um novo formato de apresentação com o Rio Moda Rio, realizado de 14 a
18 de junho, no Píer Mauá, no Rio de Janeiro. O evento teve início com
uma grande homenagem ao setor, com desfiles
de marcas conceituadas da história da moda do país
— Georges Henry, Maria Bonita Company e Yes, Brazil! — e a
participação de nomes como Sylvia Pfeiffer e Xuxa, que não pisavam nas
passarelas há muitos anos. Durante três dias um novo conceito foi
apresentado, especialmente ao público, que pela primeira
vez pode acessar a um evento de moda (antes fechado apenas para
convidados). Toda esta mistura de experiências resultou em um público
de 22 mil pessoas, um número inesperado pela organização para esta
primeira edição.
Para Duda Magalhães, diretor geral da Dream
Factory, empresa realizadora do evento junto com a L21, o Rio Moda Rio
chegou em um importante momento para a Cidade e para o setor de moda.
“Em um momento de crise, fomentar este setor da indústria
é muito importante para resgatar o poder de negociação do segmento.
Esta foi apenas a primeira edição e já com resultados interessantes para
todas as partes. A possibilidade de comprar parte do que foi
apresentado nas salas de desfile trouxe para as marcas
um ponto de vista diferenciado”, garante Duda já fazendo planos para a
segunda edição.
Já Luis Calainho, da L21, garante que a aposta foi
certeira. “Respirar além das passarelas trouxe um novo fôlego para a
moda e para o público, que pode, pela primeira vez acessar um evento
deste porte. Queremos democratizar a moda e reforçar
a importância da indústria criativa para o mercado como um todo. A moda
está presente na vida de todo mundo, basta olhar a nossa volta. Por
isso, o Rio Moda Rio chega como um grande movimento e não apenas como
uma semana de moda”, afirma Calainho, lembrando
que ao longo de todo o ano serão realizadas diversas ações que
completam este quebra-cabeça da moda, contribuindo para a perenidade
desta plataforma, como o Prêmio Rio Moda Rio e o edital de novos
estilistas.
Entre as novidades trazidas pela Dream Factory e
L21, empresas realizadoras do evento, em parceria com Gringo Cardia e
Felipe Veloso, supervisores de cenografia e de styling, respectivamente,
estavam as salas de desfile, transformadas em
espaços de apresentações, com formatos variados a cada entrada de
estilista.
"Foi verdadeiramente
emocionante ver um conceito novo de apresentação de moda surgindo,
visando a emoção, o lúdico e o encantamento. As pessoas voltaram a se
surpreender e isso foi lindo! A cada apresentação nas
salas, um formato diferente, realçou a identidade criativa de cada
estilista e isso foi um enorme acerto. Foi um belo momento na história
da moda brasileira!", revela Carlos Tufvesson, curador de moda do evento.
Outra conquista para as
marcas foi a criação das Pop Up Stores, com venda de 20% de produtos
apresentados nos desfiles e que trouxeram um “tasting” de um novo
conceito mundial, o “See Now, Buy Now” (Veja agora
e compre agora), oferecendo novas possibilidades para o consumidor e
dando um termômetro da coleção para o estilista. Houve ainda o espaço
Experimente, com marcas que colocaram produtos à venda e que puderam
conviver com o público diretamente e apresentar
suas peças, atraindo a atenção de quem passava pelo evento.
Fora das passarelas do Píer Mauá, uma
gastronomia variada e de qualidade fizeram sucesso e os shows de Johnny
Hoocker, Dughettu e Tiê prenderam a atenção de quem passou. Além disso,
palestras e talkshows,
entre uma apresentação e outra, completaram o variado mix de ações realizadas pelo Rio Moda Rio e fizeram o público mergulhar
nas tendências e discussões mais atuais que circulam no mundo da moda,
como beleza para
todos os gêneros, caminhos já percorridos pela nova geração de
influenciadores digitais, influências da moda de rua para as grifes
tradicionais e até economia criativa.
No talkshow promovido pela Revista Elle, o assunto que atraiu o público foi as diferentes maneiras que a streetwear e o sportswear influem no mercado de luxo. Felipe Veloso, coordenador de backstage das performances do Rio Moda Rio, provocou os visitantes e trouxe para o debate a importância deste movimento. "O que as pessoas estão vestindo nas ruas, seus estilos, trazem autenticidade e as marcas já perceberam isso. Dessa forma, alcançam todas as camadas de consumidores," ressaltou Veloso. Sobre o panorama atual, o stylist ainda reforçou que a moda precisa se aproximar das artes, dos movimentos sociais. "Ela precisa deixar de ser 'apenas' moda! As pessoas querem voltar a ter o encantamento por ela. E um evento como Rio Moda Rio é isso, ele é capaz de alimentar a alma", disse entusiasmado.
Já a palestra comandada pela Firjan, patrocinadora do Rio Moda Rio, com o tema 'Economia Criativa e a indústria da Moda', chamou a atenção de quem pensa em empreender neste meio. Fundadora da Salinas, Jacqueline Di Biase contou como a marca começou e o que mudou até os dias de hoje. "Tínhamos duas máquinas de costura. Não planejávamos nada, tudo aconteceu na pura intuição. Hoje, as coisas são diferentes. Para dar certo e alcançar novos patamares, unimos as planilhas ao que fez tudo acontecer lá trás, ainda nos anos 80, a criatividade. Esse é o conselho que eu dou a vocês que estão começando, se planejem e saibam dar o tempo necessário para seu negócio maturar," aconselhou Jacqueline.
Sobre
a participação no evento, Carlos Ieker, coordenador do Fórum da Moda do
Sistema FIRJAN, garante que “essa primeira etapa do Rio Moda Rio
mostrou a força que a indústria da moda fluminense
tem. O setor, que é tão significativo para a economia do estado, voltou
a ser celebrado de forma grandiosa. O mais importante é que o estímulo à
geração de negócios será mantido com as ações a serem realizadas ao
longo do ano todo”, diz lembrando que o Rio
Moda Rio terá inúmeras ação ao longo de todo o ano, não se restringindo
apenas a uma semana.
A Natura, outra marca patrocinadora do Rio Moda
Rio, também levou para o evento um ciclo de palestras e shows. A cada
dia um tema e um artista diferente chamavam atenção de quem passou pelo
espaço.
“O Rio Moda Rio tem
muita conexão com a visão da Natura de que a moda é uma manifestação
cultural, que se materializa no universo criativo dos estilistas e nas
ruas. A proposta de transformar os desfiles em intervenções
artísticas e, ao mesmo tempo, oferecer ao público um ambiente que se
conecte com o
life style e comportamento carioca vai ao encontro da nossa
estratégia e materializa a beleza viva de que estamos falando”, afirma
Denise Figueiredo, diretora de marca e consumidor da Natura.
Para falar do negócio como um todo, desde
planejamento até a rentabilidade, o Sebrae, um dos patrocinadores do
evento ofereceu sua consultoria para novos empreendedores. De acordo com
dados do Observatório do Sebrae de 2015, foi
registrado um aumento de 14% no número de trabalhadores autônomos no
setor de tecidos, vestuário e calçados no Estado do Rio. Considerando
empreendedores do comércio que empregam uma ou mais pessoas,
registrou-se um crescimento de 16,2% no mesmo período. Para
Fabiana Leite, coordenadora de Moda da instituição, o evento aconteceu
num momento de importante crescimento no setor, aproximando o varejo à
indústria. “Durante os três dias, foi visto um grande número de pessoas
que buscam empreender. A maior parte tem uma
ideia boa, conta com muita criatividade, mas é insegura a respeito de
plano de negócios, não sabe como controlar financeiramente ou como usar o
marketing a seu favor. Por isso, informação e treinamento são tão
importantes para eles, ” analisou a coordenadora.
Público foi convidado a fazer parte do movimento dentro e fora do evento
Durante os três dias de evento, a organização do
Rio Moda Rio ofereceu a possibilidade de o público externo acompanhar de
perto tudo o que rolou nessa atmosfera Fashion, que misturou
apresentações (desfiles), palestras, gastronomia de qualidade,
shows e exposições. É que o público que passou pela Praça Mauá pode
assistir em um telão instalado no centro da praça, ao vivo, aos
desfiles, palestras e shows. O objetivo era democratizar o espaço a partir de um
modelo bem simples: “chegar, ficar à vontade e acompanhar”.
Numa verdadeira ocupação do espaço urbano, durante o
Rio Moda Rio, a que vai receber o maior evento esportivo virou a Cidade
da Moda. Apresentações de coleções foram feitas no Museu do Amanhã, na
ALERJ (Palácio Tiradentes) no MAR (museu
de Arte do Rio) e na Praça Mauá, além das salas no Píer Mauá.
No dia 18, para encerrar
em grande estilo, a estátua de Mem de Sá, na revitalizada Praça Mauá,
se transformou em uma passarela única, onde 26 modelos vestiam looks de
estilistas que apresentaram suas coleções.
Na trilha sonora, artistas do musical Bossa Nova embalaram canções exaltando o Rio de Janeiro, como Garota de Ipanema, de Vinícius
de Mores e Tom Jobim, e Ela é Carioca, de Chico Buarque.
O desfile, que chamou a atenção de todos os
visitantes que passeavam pela Praça Mauá, começou antes do pôr do sol e
foi a primeira vez que muitas pessoas assistiram um desfile de moda.
“Foi uma iniciativa muito legal da organização de
proporcionar um desfile para o público. É uma experiência única para os
visitantes e modelos foram avisados que poderiam ter uma interação com o
público”, afirma Felipe Velloso. “As pessoas
que estavam presentes tinham um interesse contemplativo da cidade,
muitas não contavam se deparar com uma ação dessa magnitude. Foi um
presente para o público”, complementa Felipe.
Foram apresentados dois looks dos estilistas
Patricia Viera, Martu, Guto Carvalhoneto, Maria Filó, Mara Mac, Isabela
Capeto, Andrea Marques, Alessa, Ivan Aguilar, Osklen, BlueMan, Lenny
Niemeyer e The Paradise, que elegeram as peças que
mais representam suas coleções. Quem assinou a beleza foi a maquiadora
Carla Biriba, que se inspirou nos anos 80.
Nas passarelas, grifes apresentaram suas coleções em salas com formatos variados
Durante três dias, 14 marcas se apresentaram no Rio
Moda Rio. Três delas fizeram desfiles externos, como a Osklen, no Museu
do Amanhã, novo marco arquitetônico da cidade; a Maria Filó, que exibiu
sua coleção no MAR (Museu de Arte do Rio);
e Ivan Aguilar, na escadaria do Palácio Tiradentes, a sede da
Assembleia Legislativa.
Veja o que aconteceu dia a dia
Dia 15 – Patrícia Vieira
abriu o Rio Moda Rio com sua coleção Cruise, de inspiração cubana. O
couro, material constantemente reinventado pela estilista, mais uma vez
surpreendeu em versões leves e recortadas com
ares de rendas e tules. A Martu, marca carioca criada pela estilista
Marta Macedo em 2006, fez sua estreia nas passarelas, apresentando uma
roupa de festa desconstruída, essencialmente cool, para a mulher
contemporânea. Na sequência, Lino Villaventura mostrou
seus bordados coloridos, desta vez com pompons e borboletas projetados
sobre os vestidos. Para fechar o dia, outro estreante, Guto
Carvalhoneto mostrou sua ode à estranheza, subjetiva e conceitual,
levantando a plateia com referências do cangaço ao glamour
da elite carioca nos anos 40.
Dia 16 – A moda feminina
imperou no segundo dia do Rio Moda Rio. A programação começou no MAR,
Museu de Arte do Rio, com a apresentação da Coleção 18 da Maria Filó,
uma celebração do aniversário da marca com ênfase
no tricô. Inspirada pelos oceanos, Mara Mac fez o primeiro desfile do dia no píer, traduzindo a leveza do mar em sobreposições,
mix de texturas e toques geométricos. Depois, veio Isabela Capeto com uma amostra de seu primor
handmade, desfilado em passarela que tinha forma de círculos e
cenografia feita com peças de coleções antigas. Andrea Marques fez uma
homenagem poética à cidade do Rio com linhas curvas que lembravam o
desenho dos calçadões, flores e gaivotas sobre tecidos
leves, plumas e franjas. Alessa encerrou as apresentações do dia com
inspiração Art Nouveau e papeis de parede com temas botânicos e florais
do século XIX.
Dia 17 – O último dia do
Rio Moda Rio começou com duas apresentações em cenários de cartão
postal da cidade. Estilista mineiro radicado no Espírito Santo, Ivan
Aguilar coloriu as escadarias do tradicional Palácio
Tiradentes com uma coleção inspirada em Beatriz Milhazes. Ao pôr do
sol, a Osklen desfilou no Museu Amanhã seu Verão 2017, fazendo do
cenário um show à parte. A inspiração era “Monbupurih”, lugar imaginário
onde o céu e o mar se encontram em azuis infinitos,
exatamente como o espelho d´água do museu naquela tarde. De volta ao
píer, a Blue Man fez uma performance vibrante com sua divertida
estamparia digital mesclada a técnicas artesanais como macramê, tranças e
franjas. Ao lado da passarela, uma reprodução da
fábrica da marca simulava o processo de criação do biquíni. O show
terminou com uma apresentação do Dream Team do Passinho. Lenny Niemeyer
mostrou coleção inspirada pelo trabalho de Nobuyoshi Araki em torno de
um jardim japonês. A The Paradise, de Thomaz Azulay
e Patrick Doering, que também fazia sua estreia nas passarelas, fechou o
evento com um desfile de mil e uma estampas em clima de Sherazade e
influência orientalista.
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Marcelo Isaack
Renata Reis
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