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quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Madonna - A diva dos anos 80



   Desde pequena Madonna aprendeu a inovar no uso do guarda-roupa, na tentativa de valer sua própria personalidade _ mesmo que isso significasse usar suas roupas de maneira pouco convencional, rasgando-as ou até mesmo vestindo-as do avesso. Madonna também usava calças apertadas de cores berrantes ou tiras de trapos velhos amarrados no cabelo desalinhado _ tudo que a destacasse das irmãs mais novas. (Essa busca da individualidade no modo de se vestir perduraria até anos mais tarde, quando Madonna se encontrava batalhando em Nova York, tentando ser uma dançarina. Em geral, ela se vestia de maneira extravagante, cortando a malha e prendendo-a com alfinetes de fralda. Já nessa época era fascinada pela idéia da individualidade).

   O sonho de Madonna era ser aceita numa companhia de dança itinerante de destaque, mas no início de 1979, Madonna ,que faria 21 anos, percebeu que levaria mais cinco anos até que fosse aceita. Ela sabia que a solução para seu dilema era óbvio: teria de diversificar, expandir os horizontes, talvez até mesmo mudar sua visão se queria sobreviver em Nova York. Ela precisava de um lugar para se fazer ouvir, de um espaço.

   A fim de ganhar dinheiro extra, começou a posar nua para alunos de arte e depois para fotógrafos que anunciavam em revistas e jornais que lia para procurar  emprego.

   A carreira de Madonna fora sempre impulsionada por uma série de circunstâncias aleatórias que se expuseram a pessoas algo influentes capazes de ajudá-la a atingir seus objetivos. Ela se aproveitava avidamente das oportunidades que se apresentavam, e então, sem aparentar muita gratidão ou sentimentalismo, seguia em frente, rumo ao alto, sem nunca olhar para trás.

   Em 1982 Madonna começa a fazer parte da banda Breakfast Club, onde foi baterista e vocalista. Nessa época ela descobriu seu veículo para se tornar uma musa, o melhor instrumento para sua gana de ser uma cantora de rock.

   Madonna decide abandonar o grupo e tentar uma carreira de cantora na Europa, o que não dá certo e acaba voltando para Nova York. Atuou em um filme de baixo orçamento Certain Sacrifice, cujo enredo envolvia estranhos acontecimentos entre uma sofisticada dominadora do encontro da cidade e seu namorado rejeitado e suburbano.

   Madonna estava com a idéia de fundar sua própria banda, criar sua própria música, promover sua própria pessoa. O nome da banda ficou sendo Emmy, significando o som da letra “M” de Madonna que ficara nos vocais principais da banda.

  Frustrada, Madonna chegou à conclusão de que as restrições de ser membro de uma banda começavam a erodir sua verdadeira identidade como artista. “Era muito limitador”, afirmaria ela mais tarde. “Eu tinha idéias. Numa banda, você não pode ter idéias. Já que não podia me expressar, pensei, então pra que perder tempo com aquilo?”  



      Essa década foi marcada por vários acontecimentos, principalmente a evolução da tecnologia e a realização de novas conquistas, como por exemplo, a emancipação da mulher na sociedade. Madonna começou sua carreira na década de 80. As mulheres foram cada vez mais conquistando seu espaço em todas as áreas, principalmente profissional. As roupas femininas mostravam poder nas estruturas das roupas em formato quadrado, como ombreiras e tecidos tecnológicos. A mulher começa a se vestir com requinte, usando saias retas, assimétricas, com fendas, casacos com ombros largos e paletó masculino Armani. “Não é apenas na roupa que há diferença. A mulher passa a evoluir com ambição (ser bem sucedida), busca dinheiro, poder e sexo, corpo cuidado, beleza glamourosa, jóias, acessórios”.

    Na moda elementos de épocas passadas eram reutilizados de forma irreverente. Porém, essa reutilização passa por uma transformação conhecida como alta costura e prêt-à-porter. Outro diferencial é que essa moda recriada não era usada como um todo, ou seja mesclava-se anos 20 com roupas medievais, entre outros. A grande novidade foi a adição da lycra a outros tecidos, expondo mais as formas do corpo. O preto foi a cor da década, mas também podia ser misturado a cores vibrantes e fluorescentes como vermelho, pink, laranja e verde limão. Se usava muito bordados, brilhos metalizados, bijuterias exageradas e enfeites nos cabelos. Nessa época estava em evidência a música negra (hip hop, rap, house e dance break)


   Os estilistas que estavam em evidência nessa época eram:  Giorgio Armani, Gianni Versace, Calvin Klein, Donna Karan, Christian Lacroix e Azzedine Alaia, entre outros.

   Foi na década de 80 que a preocupação com o corpo e com a saúde fez com que as academias começassem a ficar cheias. Um modelo a ser seguido era Madonna, ícone da música pop no momento. Seu corpo não era feminino naturalmente, mas sim moldado com sessões de aeróbica, musculação e dietas. A mulher dos anos 80 era magra, musculosa e ambiciosa.

   A multiplicidade de tribos urbanas nessa época é enorme: punks, góticos, skinnheads, new wavers, rappers,... é a música influenciando, mas uma vez na moda.   

   No cinema, filmes como Procura-se Susan desesperadamente, Curtindo a vida adoidado,Dirty Dancing e Flash Dance fizeram a garotada ir à loucura e até hoje são conhecidos pelos mais novos. Quando falamos em calça baggy e semi-baggy, sandália de plástico (“melissinhas” em geral), ombreiras, manga morcego, saia balonê e calça legging com certeza voltamos no tempo e revivemos a década mais colorida do século, na qual estar na moda era fazer sua própria identidade.

   O ícone da moda nessa época era Madonna. Milhares de mulheres já copiavam seu estilo: saias muito curtas, espartilhos combinados com cruzes e cabelo louro com raízes pretas e permanente. 

   Madonna influencia a moda há quase 20 anos e sua capacidade de reinventar-se parece ser infinita. Já foi loira, morena, teve todos os tipos e comprimentos de cabelo e encarnou vários estilos, desde a “material girl” até a gueixa.

   Madonna é uma artista que não é dona de uma beleza incomum e que, embora talentosa, não é absolutamente fenomenal _ que a manteve no degrau mais alto da escada do showbiz como o símbolo perfeito de sucesso e glamour pelos últimos 15 anos.

   Ela sempre teve uma ambição obsessiva e febril de ser famosa parecia Ter nascido com ela, parte integrante do que ele era por dentro.

   Apesar de atirar para todos os lados, a música é a principal preocupação de Madonna. Seu estilo é resultado da grande fusão de influências que acumulou ao longo da carreira. Apesar da maioria das pessoas se referirem a Madonna como sendo alguém superficial, na verdade muitas de suas canções tem origem na arte, na poesia, na filosofia e em diferentes religiões. Admirava a poetisa Sylvia Plath, conhecida pelos seus poemas atormentados e profundamente inteligentes. (Por expressar raiva e dirigi-los praticamente contra os homens, como em Daddy (Papaizinho), Plath foi canonizada pelas feministas durante as décadas de 70 e 80, que usaram indevidamente sua obra para suscitar polêmicas).

  A influência mais forte de Madonna é da música negra. Sua infância em Detroit, uma cidade industrial fortemente marcada pela cultura negra americana, a fez compreender sua dimensão e importância. O resultado são canções compostas entre a disco music, para a qual deu uma nova roupagem quando esta andava em baixa, no começo dos anos 80, e a soul music, que sempre gostou de ouvir.                                                                                         



Texto : Cristiane Montes
Bibliografia:  Almanaque anos 80 e

Madonna, uma biografia íntima (J.Randy Taraborrelli)
Gravuras: Cristiane Montes
(técnica de recortes e colagens)



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